Cartaz do São Bartolomeu de Ponte da Barca 2024.
A mulher é liberdade!
A mulher é a poesia e as suas “bocas rubras de chama a palpitar” são os cravos de Abril, de onde rompem as vozes da afirmação, da reivindicação, da igualdade, da oportunidade, da justiça e da participação cívica e política!
E no cartaz da Romaria de São Bartolomeu de 2024, quis a Liberdade desfilar pelas ruas da vila de Ponte da Barca de braço dado com a Tradição, vestida com o traje da Barca, na mais delicada, cândida, bela e risonha expressão do feminino.
Passados 50 anos do 25 de Abril, muitas foram as transformações no país e na sociedade, sobretudo no que respeita à própria visão democrática e europeia. Mas a cultura popular tradicional está mais viva do que nunca: resistiu, evoluiu e cresceu. A Romaria de São Bartolomeu espelha o atual orgulho nas origens e nas raízes, acompanhando o crescente interesse do público e aumentando a oferta de manifestações tradicionais, e honrando o título de uma das 7 Maravilhas da Cultura Popular de Portugal!
Viva o São Bartolomeu!!!
*romaria-saobartolomeu.pt
Um dos Maiores destaques.
21 de Agosto – Concerto de Tony Carreira
O S. Bartolomeu é muito mais que uma Festa!
É um estado de espírito, uma espécie de doença feliz, uma euforia colectiva que, em cada ano, transporta até nós o apelo das raízes, da nossa cultura popular, da nossa memória, irmanando mesmo os desavindos, levando-nos a abraçar desconhecidos, a gastar energias que a exigência dos dias e das noites não corrompe, a esquecer desfeitas e desgostos, a cantar, como se o sentimento subisse com a voz, vezes sem conta, em uníssono, a Marcha da Barca.
Memórias que se cruzam, se misturam, como num filme colorido pela emoção : a montagem da ornamentação, a discussão, sempre acalorada, sobre a qualidade do programa, a ida aos carrinhos nos alvores da infância, a majestade das bandas subindo a vila, uma voz que se ergue, amparada pelas concertinas, numa desgarrada, as rodas do Largo do Urca, a procissão, solene, estendendo-se pelas ruas, a alegria orgulhosa das rusgas, as noites que se prolongam na madrugada, um olhar entrevisto na multidão e que o tempo não apaga, o dia nascendo e nós como sentinelas, pastores do desmedido, sugando a festa até ao tutano, até ao âmago da euforia.
Elos de uma tradição secular, repetimos gestos, palavras, emoções que já outros repetiram e outros repetirão um dia – nos passos de uma chula, na afirmação de que não há festa igual, no despertar para a folia ao toque dos gaiteiros, na nostalgia que o último foguete torna irreparável anunciando o início do Inverno em pleno Verão porque o S. Bartolomeu terminou.
*romaria-saobartolomeu.pt